“Se algo acontecer ao meu pastor, eu não temerei. Eu me encarregarei do trabalho do pastor e servirei ao Senhor”, declarou Samaru Madkami, de 14 anos. Não foi um comentário vago, pois o pastor de Samaru estava em perigo real e Samaru já estava ativo no ministério, compartilhando o Evangelho com outros jovens e crianças de sua vila no estado de Odisha, na Índia. Ele e sua família haviam tomado a decisão de seguir a Cristo cerca de três anos antes e Samaru era, nas palavras de seu pastor, “um Cristão apaixonado”.
Em determinado momento, havia 13 famílias Cristãs na vila de Kenduguda. Mas a perseguição afastou a maioria delas, de modo que, em junho de 2020, só restavam quatro famílias Cristãs. O pai de Samaru, um ancião da igreja, havia recebido ameaças de morte, e o primo mais velho de Samaru, Unga, havia experimentado duas vezes o livramento de Deus quando atacado: a primeira vez, extremistas tentaram amarrá-lo em um saco de juta e jogá-lo no rio, e a segunda vez uma gangue empunhando facas o sequestrou e ameaçou matá-lo. O pastor Bijay, entretanto, como líder do pequeno grupo de crentes, era claramente o principal alvo.
Mas no final, nem seu pastor, nem seu pai, nem seu primo mais velho tiveram a honra de morrer por Cristo. Esse grande privilégio foi concedido ao próprio Samaru.
“...pois a vocês foi dado o privilégio de, não apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele” (Filipenses 1.29)
Logo após ele ter feito a corajosa declaração de continuar o trabalho do Reino caso seu pastor fosse martirizado, Samaru desapareceu. Dois dias depois, em 6 de junho de 2020, seu corpo horrivelmente mutilado foi encontrado pela polícia. Uma gangue persuadiu Samaru a ir a um encontro na selva. Lá eles o torturaram antes de cortar sua garganta, esmagar sua cabeça com uma pedra e enterrar seu corpo.
“Eu escolhi: Cristo!”
Mais de mil anos antes, e mais de 8.000 quilômetros a oeste, outro jovem Cristão também sofreu três anos por Seu Senhor e Salvador e depois morreu por Ele.
Com apenas dez anos de idade, Pelágio1 foi entregue nas mãos do Emir Abderramão de Córdoba, para ser mantido como refém. O Emir, governante de grande parte da Espanha desde 9122, havia capturado Hermógio, bispo de Tui, que era tio de Pelágio, mas concordou em deixá-lo ir e manter Pelágio em seu lugar. Provavelmente o plano era que o bispo Hermógio levantaria o dinheiro do resgate necessário em Tui, o enviasse para Córdoba e, então, Pelágio seria libertado. Isto, entretanto, não aconteceu, e o pequeno Pelágio permaneceu na prisão por três anos.
Então, por volta do ano 926, o Emir Abderramão pediu para ver o garoto prisioneiro Cristão. A notável boa aparência de Pelágio surpreendeu toda a corte e o Emir se ofereceu para fazer de Pelágio um pajem da corte se ele se convertesse ao Islamismo. Pelágio recusou a oferta, dizendo que obedeceria ao Emir em tudo “mas primeiro eu sou de Cristo. Nada pode me separar d’Ele”. O Emir ficou enfurecido. À medida que Pelágio continuava firmemente declarando sua fé em Cristo, o Emir ficava ainda mais furioso.
“Ninguém o despreze pelo fato de você ser jovem, mas seja um exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza.” (1 Timóteo 4.12)
Finalmente ele ordenou que Pelágio fosse pendurado pelos pulsos, mas apesar da dor, Pelágio ainda se recusava a negar a Cristo. Ele foi levado de volta à corte, sangrando. O Emir ofereceu a ele uma escolha: “Liberdade exultante, honra, meu favor e proteção - ou morte”. Escolha!”
Pelágio respondeu: “Eu escolhi: Cristo!”
O Emir mandou despedaçar o menino de 13 anos com uma pinça de ferro, cortar as mãos e os pés, e jogar o que restava dele no rio.
As histórias de Samaru e Pelágio (Pelagius) podem ser encontradas no livro de Patrick Sookhdeo de 366 leituras devocionais diárias sobre mártires Cristãos, Heróis da Nossa Fé Vol. 2 (Isaac Publishing, 2021, ISBN 978-1-952450-15-0). Veja as leituras de 6 de junho e 23 de junho. Para adquirir uma cópia (Em Inglês), acesse: barnabasaid.org/resources/books ou entre em contato com o escritório Ajuda Barnabas: informacoes@barnabasaid.org.
1 Às vezes chamado Pelagius, mas não deve ser confundido com Pelagius, o asceta Britânico do século V, que deu nome à heresia do Pelagianismo.
2 Em 929 o Emir Abderramão assumiu o título de “Califa” e continuou seu governo em Córdoba por mais 32 anos. Ele é geralmente conhecido como o Califa Abderramão, também se soletra Abdurrahman e Abd al-Rahman.