Religião ou 
temor do Senhor?

A palavra “religião” entrou na língua Inglesa no século XIII, e era usada na época para se referir a uma vida regulada por votos monásticos. Era derivada de uma palavra latina, religio, mas o que significava religio? Os estudiosos têm debatido durante séculos a etimologia de religio. Alguns dizem que se tratava de se ligar a Deus. Outros dizem que originalmente significava ansiedade, inibição ou um senso de dever na vida cotidiana. Curiosamente, religio não corresponde exatamente a nenhuma palavra Grega ou Hebraica, então quando nossas Bíblias Inglesas usam a palavra “ religião” ou “religioso” devemos perceber que se trata de uma tradução bastante vaga. 

O Antigo Testamento não menciona “religião”, mas muitas vezes fala da reação de um crente cheio de fé a Deus como “o temor do Senhor” ou “o temor de Deus”. Isto significa estar em reverência a Deus. Temer a Ele é reconhecer Sua grandeza, Seu poder e autoridade, Sua supremacia sobre nós, mas também Sua santidade e Sua pureza sem igual. É a reação de Isaías, que gritou: “Ai de mim!” quando viu o Senhor elevado e erguido com os serafins cantando ao seu redor: “Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos: a terra inteira está cheia de sua glória” (Isaías 6.1-5).

Do Antigo Testamento aprendemos que qualquer um poderia estar certo com Deus com base nisto. Jó não era Judeu, mas temia a Deus e foi louvado pelo Senhor por isso (Jó 1.1-8). Entretanto, no Novo Testamento isto muda drasticamente - a morte substitutiva, o trabalho expiatório e a ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo se tornam fundamentais para nossa fé. 

Curiosamente, o “temor do Senhor” também aparece no Novo Testamento. 


A igreja passava por um período de paz em toda a Judéia, Galiléia e Samaria. Ela se edificava e, encorajada pelo Espírito Santo, crescia em número, vivendo no temor do Senhor.  

 (Atos 9.31. Veja também 2 Coríntios 5.11; Apocalipse 14.7)


 

Na fé, devemos nos curvar humildemente diante de nosso Deus Todo-Santo, Todo-Poderoso e Todo-Glorioso. Devemos reconhecer que Ele não é apenas um Deus de infinita bondade, mas também um Deus de justiça e julgamento. Quando Seu povo não O teme e não O reverencia, quando escolhe viver sem Ele ou viver vidas que contradizem Suas leis, Ele acabará agindo com justa raiva e levando castigo. 

O temor do Senhor parece estar ausente em grande parte do mundo moderno. Muitos de nós vivemos em contextos onde Seu nome raramente é ouvido, exceto em brincadeiras ou blasfêmias e onde Sua autoridade é negada. Deus é amplamente rejeitado e até mesmo aqueles que têm Seu Nome, muitas vezes, parecem meramente falar da boca para fora, ao invés de O seguir de todo o coração.

Entendendo os tempos

Ao procurarmos compreender os tempos em que vivemos, devemos lembrar que o Senhor virá para cumprir Seus propósitos para toda a humanidade e para Seu povo. O julgamento de Deus sobre as nações é certo, mas lembremos que ele começará com a casa de Deus, 
a Igreja (1 Pedro 4.17). 

O temor do Senhor é o princípio da sabedoria (Salmos 111.10; Provérbios 9.10). A verdadeira sabedoria é conhecer a vontade e a mente de Deus e discernir as realidades espirituais da vida que estão por trás do físico. Jesus advertiu que antes do fim dos tempos e de seu retorno, muitos falsos mestres se levantariam. “Cuidado para não serem enganados”, disse Ele a Seus discípulos (Lucas 21.8). Como precisamos da verdadeira sabedoria do alto para compreender os tempos em que vivemos e para distinguir a verdade da falsidade. Peçamos a Deus o dom que Ele deu aos homens da tribo de Issacar que “sabiam como Israel deveria agir em qualquer circunstância” (1 Crônicas 12.32) 

“Entendendo os tempos” é o tema da Semana de Ação e Conscientização pela Igreja Sofredora deste ano, que acontece de 30 de outubro a 6 de novembro. Os recursos estão nesta revista e disponíveis em barnabasaid.org/scaaw

Dr Patrick Sookhdeo

Diretor Internacional