Cristãos Iraquianos foram vítimas de crimes de guerra cometidos pelo Estado Islâmico após os jihadistas terem tomado cerca de um terço do país em 2014, informaram os investigadores no dia 1° de dezembro.
A equipe das Nações Unidas afirmou que as provas obtidas no Iraque suportam as conclusões preliminares de que o Estado Islâmico (EI - também conhecido como ISIS, ISIL, Daesh) confiscou propriedades dos Cristãos, saqueou e destruiu igrejas e sujeitou os crentes à violência sexual, conversões forçadas e escravidão.
Esses atos constituem crimes contra a humanidade e crimes de guerra, disse Christian Ritscher, chefe da Equipe de Investigação da ONU para Promover a Responsabilização por Crimes Cometidos pelo Estado Islâmico, ao Conselho de Segurança.
Ritscher disse que a equipe identificou os principais membros do EI que tomaram o poder em agosto de 2014 de três cidades predominantemente Cristãs nas planícies do Nínive - Hamdaniyah, Karamlays e Bartella.
Também começou a colher provas de crimes cometidos contra a comunidade Cristã na segunda maior cidade do Iraque, Mosul.
O relatório de 26 páginas também atualizou as investigações da equipe sobre os ataques à comunidade Iazidi e outras comunidades minoritárias, o desenvolvimento e utilização de armas químicas e biológicas pelos extremistas, e a execução em massa de prisioneiros na prisão de Badush, perto de Mosul.
O Estado Islâmico foi oficialmente declarado derrotado no Iraque em 2017, após um reinado de terror de três anos que deixou dezenas de milhares de mortos, mas as suas células continuam organizando ataques no Iraque.
Em fevereiro de 2022, mais de 120 casas, fábricas, lojas e terrenos confiscados dos Cristãos e Sabeus (uma minoria religiosa indígena do Iraque) foram restaurados e entregues aos seus legítimos proprietários.
Seguiu-se uma análise realizada pelo Comitê para a Restituição de Propriedade Cristã e dos Sabeus, criado no início de 2021 pelo clérigo Muçulmano Muqtada al-Sadr.
Estima-se que 75% dos Cristãos Iraquianos (cerca de 1,5 milhões em 1990) deixaram o país nos últimos 30 anos devido à hostilidade e violência anticristã, que começou após a Guerra do Golfo de 1990-91 e se intensificou após a invasão liderada pelos EUA em 2003, e novamente após o surgimento do Estado Islâmico.
Dê graças pelo trabalho dos investigadores ter revelado os terríveis crimes cometidos pelo Estado Islâmico. Ore por todas as vítimas, incluindo os Sabeus e os Iazidis, e especialmente os nossos irmãos e irmãs Cristãos. Peça que eles se recuperem rapidamente do trauma físico e emocional que sofreram.